Por que saímos atônitos do cinema ao assistir "O Coringa"?
Seria a semelhança da Gotham decadente à nossa civilização contemporânea?
Ou então a banalidade da violência, que permite agressões gratuitas contra pessoas vulneráveis?
Talvez a cena bizarra do Grande Empresário tentando se eleger para salvar seu mundo?
Sem esquecer a máquina midiática que mói a psiquê humana?
Enquanto as ruas de Gotham são invadidas pelo caos, encontramos metrópoles nos diversos continentes sendo assoladas por manifestações com o mesmo fundo de verdade.
Pode ser que o mais perturbador no Coringa seja a forma artisticamente sutil de mostrar como são construídas as máscaras humanas.
Segundo Arthur Fleck, "a pior parte de ter uma doença mental é que as pessoas esperam que você se comporte como se não a tivesse"... Nessa frase é possível encontrar um espelhamento dramaticamente irônico, nossas escolhas parecem ser o reflexo da moderna psicopatia, e continuamos a viver como se ela não existisse.