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Educação demais pode fazer mal?

Atualizado: 26 de jan. de 2020


Pergunta estranha essa... Como a educação demasiada pode fazer mal, se sempre lutamos para aumentar a jornada dos alunos e carga horária das aulas?


Piaget, Freire, Morin e Montessori afirmaram que a educação é um instrumento para tornar as pessoas melhores, mais sábias e conscientes. Isso ocorre?


Os grandes líderes do nosso tempo possuem alto grau de instrução, são PhD, com experiência internacional. Podemos afirmar que eles comandam com Sabedoria e Consciência?


Helena Blavatsky, russa, escritora, mística, fundadora da Teosofia, viveu no século XIX e como viajante e espírito livre, escandalizou o poder constituído do patriarcado. Em sua obra, “A Voz do Silêncio”, afirmou que o caminho do aprendizado deve passar pela superação do Paradigma da Separatividade, um sentimento de que as pessoas e demais espécies estão desconectadas.


A educação preocupa-se em mostrar que estamos desconectados e que fazemos parte de uma Grande Família Planetária? Ou isso não é assunto para a educação?


Blavatsky também afirmou que o caminho da Iluminação possui três salas. A primeira é a da Ignorância, que para ser percorrida exigirá um conhecimento plural e universal. Nossas escolas transmitem este tipo de conhecimento?


A segunda sala é a da Instrução. Segundo a autora, “nela tua Alma achará as flores da vida, mas debaixo de cada flor está uma serpente enrolada”. O que será essa serpente, presente nas salas de aula do mundo acadêmico e corporativo? Altos níveis de instrução tornam as pessoas mais sábias e humildes ou arrogantes e de ego inflado?


A terceira sala, finalmente, é a da Sabedoria, onde “se desconhecem todas as sombras, e onde a luz da verdade brilha com inalterável glória”. Quais disciplinas podem ajudar nessa empreitada? Será preciso pedir ajuda aos outros fundamentos da humanidade, como as Artes, Filosofia e Espiritualidade? Sugiro aos interessados, consultar o Manifesto da Transdisciplinaridade.


É possível argumentar que o problema não é a educação, e sim, os sistemas políticos, econômicos e sociais. Mas não é papel da educação, mudar esses sistemas? Desenvolver a cidadania?


Também é possível contra-argumentar que em um país como o Brasil, onde as pessoas não sabem ler e interpretar um texto ou fazer operações aritméticas simples, questões filosóficas sobre educação não são prioridade.


Existe uma crença de que a reflexão filosófica é coisa para desocupados ou rebelados. O que importa é não deixar a máquina parar e seguir em frente. Crescer, consumir e laborar. Tudo muito linear. Para os que acreditam nessa crença, a educação existe para formar as pessoas que farão a máquina continuar a funcionar.


Cabe aos educadores e entusiastas do tema, mostrar outros caminhos e possibilidades. Avaliação de impacto é necessária, mas isso exige uma reflexão sobre qual impacto deve ser avaliado. Difícil fugir da reflexão...

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